Workshop Internacional debate importância da agricultura irrigada em Brasília

Texto e fotos: Luiz Carlos Cenci

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), realizou em Brasília, entre os dias 13 e 16 de março, o III Seminário Solo e Água no Contexto do Desenvolvimento em Bacias Hidrográficas e V Workshop Internacional de Irrigação. A programação do seminário foi composta por painéis com diversas palestras, minicursos e debates e contou com participação de profissionais, pesquisadores, estudantes, representantes de ONGs e empresas públicas e privadas ligadas às áreas de solo e água, além de produtores rurais.


O diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Inaldo Guerra, ressaltou a importância desse tipo de debate e destacou que a agricultura irrigada no Brasil necessita de um apoio maior para ser desenvolver. “É oportuno esse debate num contexto de crise hídrica que vivemos atualmente, quando somos chamados a pensar as práticas de irrigação e de uso sustentável dos recursos de solo e água”, afirmou.

Para o engenheiro agrônomo e diretor Técnico da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo), Renato Caetano, que falou, durante o evento, sobre o manejo sustentável do solo e da água que é realizado na Fazenda Lages, localizada em Cristalina (GO), a Irrigo tem trazido esses exemplos de manejo sustentável para outros modelos de fazendas irrigadas dentro do estado de Goiás, que, segundo ele, tem potencial para irrigar mais de 2 milhões de hectares, e hoje são irrigados apenas 260 mil ha, praticamente 10% desse potencial. “Nós podemos evoluir muito no Estado e avançar ainda mais no incentivo ao desenvolvimento da irrigação. Temos que priorizar a Fazenda como o grande reservatório e isso vai ser o desenvolvimento ao longo do tempo na agricultura e na pecuária. Alta produtividade com alta rentabilidade e, ao mesmo tempo, com proteção do meio ambiente, dos Mananciais e das pessoas através da geração de empregos e de renda” destacou Caetano.


Segundo ele, a Fazenda Lages trabalha com a preservação, conservação e proteção do solo e da água e a reutilização da capacidade hídrica da propriedade. A água é tratada como ponto primordial do desenvolvimento da produção agropecuária desenvolvida na fazenda. “Dentro da propriedade eu tenho solo produtivo, ambientes de proteção, ambientes de conservação estruturados e definidos e reservação dos recursos hídricos em um processo dinâmico para longos períodos de escassez hídrica. Tudo isso, priorizando a alta produtividade agrícola, que é o que paga a conta de todo esse alto investimento”, explicou Caetano.


Segundo o proprietário da Fazenda Lages e presidente da Irrigo, Luiz Carlos Figueiredo, existem muitos desafios para se produzir alimento, principalmente para produzir com alta qualidade e com custos reduzidos. “Na verdade, nós não estamos fazendo nada mais do que o necessário. O objetivo é armazenar e economizar água e mostrar que esse é o caminho”, afirmou.


Também participaram dos debates, o diretor Executivo da Irrigo, Alécio Maróstica, que apresentou a “Experiência da agricultura irrigada praticada pelos agricultores na bacia do rio Samambaia”, além do assessor técnico da Irrigo, Bruno Vicente Marques, que falou sobre o “Manejo sustentável do solo e da água – experiência da Fazenda Maringá”. O Seminário também contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO-ONU), Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universidades, empresas privadas entre outros.

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