Foto: José Risoldo
A palavra de ordem na propriedade rural do agricultor e pecuarista Luiz Carlos Figueiredo, em Cristalina (GO), é inovação. Basta uma visita rápida pela Fazenda Figueiredo para perceber as intervenções tecnológicas feitas no lugar. A mais nova delas, e que tem gerado grande expectativa para o agropecuarista, é a construção de uma usina fotovoltaica sobre um lago. Esse é o primeiro projeto do Brasil a ser implementado em uma propriedade rural e conectado diretamente à rede de energia. “Eu já havia feito várias pesquisas pela internet sobre o uso e a qualidade da energia fotovoltaica, até que tive a oportunidade de participar de uma feira tecnológica em Brasília, na qual tive contato direto com a MTEC (empresa especializada em energia fotovoltaica) e não tive dúvidas sobre a implantação de uma usina em minha propriedade”, conta.
Mais alguns meses e os planos saíram do papel. Figueiredo destacou a agilidade do processo de montagem da usina. “Iniciamos o projeto em novembro de 2016 e em 4 meses já estamos finalizando o projeto”. Ele conta que neste período, além da consultoria da MTEC, empresa responsável pela construção da usina, vários técnicos da França e Alemanha acompanharam o projeto. “Quando eu decidi implantar a usina fotovoltaica na minha fazenda, fiz questão de escolher o que havia de melhor no mercado para que os resultados também sejam os melhores”, afirma.
José Carlos Tormim, engenheiro eletricista e diretor executivo da MTEC Energia, conta que a usina construída na Fazenda Figueiredo apresenta três diferenciais das demais existentes no País. “O primeiro deles é a eficiência; o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água”. Estudos realizados pela empresa Ciel & Terre International apontam que este tipo de tecnologia gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.
O segundo diferencial da usina flutuante é que os painéis fotovoltaicos impedem até 70% da evaporação do lago na qual está instalada, além de ocupar uma área que, até então, estava em desuso. O terceiro diferencial é que trata-se de um sistema híbrido. “A usina fotovoltaica na Fazenda Figueiredo foi projetada para trabalhar ligada tanto à rede de energia elétrica, quanto a um grupo motor gerador”, conta José Carlos. Ele explica que quando a rede elétrica estiver fora de funcionamento, ocasionado por queda de energia, o gerador à diesel é acionado automaticamente, e a geração de energia não é interrompida. “Nessa situação, a energia fotovoltaica reduz significativamente o consumo de combustível do gerador”, ressalta.
Na Fazenda Figueiredo foram instalados 1.150 painéis fotovoltaicos, totalizando 304 quilowatts-pico (kWp), garantindo uma produção estimada de 50 megawatts-hora/mês (MWh/mês). A quantidade de energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 domicílios populares brasileiros. José Carlos conta que desde a criação da empresa, em 2007, foram instalados mais de 4 mil módulos fotovoltaicos, superando 1 Megawatt em sistemas instalados em todo o País, e para o ano de 2017 as obras em andamento vão superar 3 MW.
Foto: MTEC
Energia limpa
Já pensou em produzir energia limpa na sua casa ou no seu quintal, garantindo economia e sustentabilidade? Você pode! O funcionamento da usina fotovoltaica é simples e o retorno do investimento é garantido no período de 4 a 6 anos. “E é importante ficar atento ao escolher os produtos para fazer a instalação, pois é um sistema com duração superior a 25 anos”, alerta o engenheiro eletricista.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que até 2024 cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira e até o 2030 o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.
Segundo o Greenpeace, organização não governamental que estuda e defende o meio ambiente, o Brasil tem plenas condições de chegar a 2050 com uma matriz energética de energias 100% renováveis. Segundo estudo da organização, o cenário de 2050 será de uma revolução energética.
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Thalita Braga
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