De janeiro a novembro de 2016, o PIB do agronegócio brasileiro acumulou alta de 4,39%. O ramo agrícola seguiu em alta, com elevação de 0,18% em novembro, enquanto o pecuário recuou 0,25%, dados que resultaram em pequena variação positiva de 0,05% no agronegócio no mês. A valorização real acumulada de preços, especialmente para os segmentos primários, segue contribuindo para a manutenção do desempenho positivo no acumulado, uma vez que, em volume, o cenário segue em baixa para atividades importantes.
No segmento de insumos, o destaque positivo tem sido a indústria de rações, impulsionada principalmente pelos maiores preços, devido à elevação das cotações do milho e farelo de soja. Em contrapartida, verificam-se quedas em fertilizantes e combustíveis e lubrificantes, tanto de preços quanto de quantidades.
No primário agrícola, destacam-se as elevações reais de preços da mandioca, milho e feijão, que acumularam crescimento acima dos 50% de janeiro a novembro de 2016 com relação a 2015. Já com relação ao volume de produção, café e trigo apresentam as elevações mais significativas. No segmento primário da pecuária, enquanto a avicultura segue positiva, a bovinocultura de corte tem pressionado o desempenho do segmento. Tal fato reflete, em certa medida, a substituição do consumo de proteínas mais caras pelas de menor valor.
A atividade industrial apresentou resultado negativo em novembro, mas ainda mantendo valor positivo no acumulado de 2016. Tal resultado foi puxado pelo processamento de origem animal, que, apesar de ter apresentado recuo na projeção do mês, ainda registra resultado positivo no acumulado do ano, sustentado principalmente pela alta de preços da indústria de laticínios. Processamento vegetal permaneceu quase estável na projeção de novembro (pequena elevação de 0,02%), influenciada pelo destaque positivo da atividade sucroenergética, que vem beneficiando-se das altas cotações do açúcar no mercado global.
Com relação ao ambiente macroeconômico brasileiro, a conjuntura de 2016 confirmou-se desfavorável e 2017 ainda segue no campo da incerteza, ainda que as projeções do mercado, até o momento, já deem sinais de recuperação. De acordo com o relatório Focus do Banco Central (de 13 de janeiro de 2016), prevê-se crescimento de 0,5% do PIB brasileiro em 2017, com IPCA próximo ao centro da meta de inflação, e taxa de câmbio a um patamar próximo ao atual. Tais projeções indicam melhora nas expectativas do mercado, mas ainda observam-se a resiliência da crise político-institucional brasileira e a incerta eficácia das reformas apresentadas pelo governo até o momento, que, aliados à elevação sistemática da taxa de desemprego e à queda de renda da população, ainda não permitem a configuração de perspectivas otimistas.
Fonte: Cepea